Por Dalva Teodorescu
Vera Magalhães assinou um texto na Folha de São Paulo, com a rubrica análise. Sempre achei que os jornalistas deveriam usar a palavra análise com parcimônia.
O termo requer rigor no uso dos dados, comparações, distanciamento, levantamento, confirmação ou infirmação de hipóteses, por exemplo. Tudo isso não combina com textos de opinião.
Mesmo assim me dispus a ler o texto. Fiquei pasma! Em “sua “análise” sobre a correlação de forças no jogo da disputa tucana para 2012, a jornalista escreveu que “ todos os nomes colocados na praça são “japoneses””.
Fiquei tonta, reli a matéria para ver se a frase estava na boca de algum político desnaturado. Não! Era da jornalista mesmo. Ela ainda repetiu a história do nome “japonês” para se referir ao candidato petista.
Não entendi o que Vera Magalhães quis dizer com nomes "japoneses". Indaguei uns e outros, ninguém entendeu o sentido, mas todos perceberam ali uma frase xenófoba.
Mais do que falta de tato e bom senso a frase é pejorativa e denota preconceito contra um povo refinado, que compõe a nossa sociedade e contribui enormemente para a riqueza da nossa cultura e para a cultura universal.
Lamentei a derrapagem da jornalista e fiquei preocupada com a negligência da equipe editorial.
Pois não é que lendo uma entrevista de Fernando Henrique Cardoso, no Estadão, encontrei a maldita frase sobre os candidatos japonês”. "Está iguaizinho. É tudo “japonês”", disse o ex-presidente.
Lamentável.
Quem será que copiou quem? Mais lamentável ainda.
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