terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Análises e derrapagem de FHC e Vera Magalhães


Por Dalva Teodorescu

Vera Magalhães assinou um texto na Folha de São Paulo, com a rubrica análise. Sempre achei que os jornalistas deveriam usar a palavra análise com parcimônia. 

O termo requer rigor no uso dos dados, comparações, distanciamento, levantamento, confirmação ou infirmação de  hipóteses, por exemplo. Tudo isso não combina  com textos de opinião.

Mesmo assim me dispus  a ler o texto. Fiquei pasma! Em “sua “análise” sobre a correlação de forças no jogo da disputa tucana para 2012, a jornalista escreveu que “ todos os nomes colocados na praça são “japoneses””. 

Fiquei tonta, reli a matéria para ver se a frase estava na boca de algum político desnaturado. Não! Era da jornalista mesmo. Ela ainda repetiu a história do nome “japonês” para se referir ao candidato petista.
   
Não entendi o que Vera Magalhães quis dizer com nomes "japoneses". Indaguei uns e outros, ninguém entendeu o sentido, mas todos perceberam ali uma frase xenófoba.

Mais do que falta de tato e bom senso a frase é pejorativa e denota preconceito contra um povo refinado, que compõe a nossa sociedade e contribui enormemente para a riqueza da nossa cultura e para a cultura universal.

Lamentei a derrapagem da jornalista e fiquei preocupada com a negligência da equipe editorial.

Pois não é que lendo uma entrevista de Fernando Henrique Cardoso, no Estadão, encontrei a maldita frase sobre os candidatos japonês”. "Está iguaizinho. É tudo “japonês”", disse o ex-presidente.

Lamentável.

Quem será que copiou quem? Mais lamentável ainda.



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