Um peso e uma medida ou: A privataria Tucana e o silencio da mídia
Saiu o esperado livro de Amaury Ribeiro Júnior sobre a privataria tucana e o alto envolvimento da família do ex governador José Serra no esquema.
O assunto foi capa da revista Carta Capital desta semana. A farta documentação, colhida pela PF, comprovando o esquema, mereceu comentário do excelente Nirlando Beirão, no Jornal de Heródoto Barbeiro, na Record News, e do Jornal da Gazeta, de Dácio Nitrine.
Curiosamente, notou se um silêncio sepulcral por parte da velha mídia. Nem uma palavra sobre o assunto partiu dos editoriais da Folha de São Paulo, de O Estado de São Paulo ou de O Globo.
Nem tão pouco da boca dos justiceiros matinais dos Jornais de rádios, como o Jornal da Manhã, da Jovem Pan, e os Jornais da Band e Band News.
Os denunciadores de serviço, Fernando Rodrigues, Eliane Catanhêde, Janio de Freitas, Ricardo Boechat, Datena, Joseval Peixoto, todos se calaram sobre o fato.
Nem uma palavra que seja para contestar o autor do livro, dizer que está sendo processado pela família tucana, qualquer coisa. Mas não; preferiram o silêncio, um meio de se comunicar como outro, mas que pode ser mais fatal do que qualquer palavra, escrita ou falada.
A pergunta que vem à mente é: O que têm os tucanos da capital paulista para a mídia os preservarem de seus malfeitos, seja quais forem as circunstâncias?
O que temem os nobres jornalistas que se atropelam uns aos outros para denunciar as falcatruas de qualquer outro partido, menos as do partido de Higienópolis?
A mídia brasileira se acoberta no padrão SIP de informar, para praticar, de maneira impune e confiante, uma oposição mais do que seletiva.
Mas a Sociedad Interamericana de Prensa (SIP) está sendo contestada em toda a América Latina. Na Argentina, os abusos da mídia tradicional foram tão longe que, hoje, os jornalistas preferem omitir a profissão para evitar o menosprezo expresso no olhar do povo. Claro que estamos falando de um povo bem informado, psicanalisado e crítico por excelência.
O povo brasileiro não é o argentino, mas as coisas podem mudar com o acesso à educação e a aquisição de capital cultural.
Neste dia, talvez, o padrão SIP tenha que prestar conta à sociedade brasileira, como está acontecendo na vizinha argentina.
mandou bem, Dalva.
ResponderExcluirSandro