“Filho de Adriano Bispo do Rosário e Blandina Francisco de Jesus, Arthur Bispo do Rosário nasceu em Japaratuba (SE), por volta de junho de 1909, conforme consta no Livro de Batismo da Igreja de Nossa Senhora da Saúde: "Aos 5 de outubro de 1909 baptisei solemnemente Arthur, com 3 meses, legítimo de Claudino Bispo do Rosário e Blandina Francisco de Jesus. Foram Padrinhos Maximiniano Ribeiro dos Santos e Candida dos Prazeres.
A data e a partenidade são controversas, pois em registros posteriores figuram, como data de nascimento do artista, os dias 14 de maio de 1909 ou 16 de março de 1911 e, como pai, Adriano Bispo do Rosário.” Fonte: Jorge Anthonio e Silva em “Arthur Bispo do Rosário Arte e Loucura”. 2ª ed. São Paulo: quaisquer, 2003.
Então escolhido o tema das postagens para o Fonte plural: o centenário muilti-anual do Bispo do Rosário. Assim vou dividir com vocês minhas Pesquisas sobre fatos relacionados ao Lendário artista(?), Louco(?) ou divindade(?). Não sei ainda se devo definir um perfil de encaixe para o Bispo. O certo é que ele encera tudo sobre dor: negro, pobre, romântico, esquizofrênico do Juliano Moreira. E é certo que ele transmutou tudo isso em signos e símbolos ordenados com expressividade contemporânea, que só alguns dos mais eruditos artistas do seu tempo alcançaram. Se alcançaram.
A esquizofrenia não é pré requisito para se ser artista, ó isso não. Nem me parece ser doença a capacidade de bordar, ordenar e ter fé do Bispo. É mais fundo ainda, pois ele esta dentro do inconsciente brasileiro, e vive isso com afinco.
Em tempos de Danien Hirst, e sua caveira de brilhantes, de indiscutível valor material, Bispo incendeia a imaginação de artistas e curadores, com as possibilidades de montagens delicadas, de acuidades com a obra de arte contemporânea, de entendimento sobre os mais complexos sentimentos humanos. E vence em valor imaterial, desconstruindo o jogo do comercio de arte. Em 2011, a Ilustrada da Folha já tratou duas vezes do Bispo, veja abaixo breve resumo das matérias:
19/02/2011 - 09h30
Bienal de SP vai homenagear Bispo do Rosário em 2012
de FABIO CYPRIANO EM MADRI
“Arthur Bispo do Rosário (1911-1989), marinheiro que foi interno de um hospital psiquiátrico e nunca produziu obras para o circuito das artes, será um dos artistas centrais da 30ª Bienal de São Paulo, em 2012, adiantou à Folha, anteontem, o curador Luis Pérez-Oramas. "O que me interessa no Bispo do Rosário é que ele foi uma figura periférica, cuja obra está centrada na invenção da linguagem", disse Oramas, no café do Circullo de Bellas Artes, em Madri. Para ele, uma das questões centrais de sua Bienal será discutir os limites da arte. “
30/05/2011 - 08h02
Bispo do Rosário volta a ocupar espaço de artista contemporâneo tambem
de FABIO CYPRIANO DE SÃO PAULO
“Com a presença anunciada na Bienal de Lyon, em setembro, em mostras na Bélgica e na Espanha, também em 2011, e um dos principais destaques da 30ª Bienal de São Paulo, no próximo ano, Arthur
do Rosário parece ocupar o espaço que lhe reivindicavam: o de um artista contemporâneo.
Ele mesmo dizia que seria um grande artista e as pessoas iriam falar muito dele. Apresentá-lo como um louco é uma glamourização desnecessária", diz Wilson Lázaro, curador do Museu Bispo do Rosário, na Colônia Juliano Moreira, no Rio.
Há anos, trava-se um debate sobre como deve ser vista a obra de Arthur Bispo do Rosário (1911-1989), interno da Colônia Juliano Moreira, um hospital psiquiátrico: como feita por um artista contemporâneo, um "louco" ou um criador popular.”
Espero apresentar aos poucos no Fonte plural, pontos para um entendimento do “Senhor dos labirintos” que teceu o manto para se apresentar frente ao nosso destino divino. Até mais, do Abade para o Bispo.
Partida de Xadrez com Rosângela. objetos, 1983.
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