Em um mês cinco trabalhadores da floresta foram assassinados no Pará. O estado lidera o ranking de assassinatos no meio rural.
Segundo relatórios da CPT (Comissão Pastoral da Terra), das 555 mortes no campo registradas no país, nos últimos 15 anos, 231 (41,6%) ocorreram no Pará.
Entre 2000 e 2011, foram assassinados 17 trabalhadores que vivam ameaçados de morte no Pará. Hoje, cerca de 30 camponeses “jurados” vivem sob a ameaça de morte na região.
Passada a indignação coletiva com o anúncio das mortes, esquecemos a realidade desses trabalhadores e, muitas vezes, falamos desses crimes como se tivessem ocorrendo em outro país.
Um exemplo do desdém com a tragédia rural no país ocorreu quando deputados da base ruralista vaiaram o anúncio da morte do casal de extrativistas do Pará, no dia da votação do código Florestal.
É que o Pará está longe dos centros midiático e econômico do país. No entanto, essas mortes sucessivas de lideres dos povos da floresta, sindicalistas ou não, é resultado da estrutura social fundiária do Brasil e da disputa pela terra que perdura desde o tempo da colonizaçao.
É que o Pará está longe dos centros midiático e econômico do país. No entanto, essas mortes sucessivas de lideres dos povos da floresta, sindicalistas ou não, é resultado da estrutura social fundiária do Brasil e da disputa pela terra que perdura desde o tempo da colonizaçao.
Desde o fim da escravidão que se fala em reforma agrária no país para livrar milhões de brasileiros da miséria e da violência e pouco se avanço com os assentamentos.
Somente a democratização do acesso à terra e às riquezas que dela são extraída, vegetais e minerais, pode reduzir a violência no estado do Pará.
Enquanto isso não ocorrer, vastos territórios do estado do Pará e da Amazônia continuarão desprovidos de equipamentos coletivos que indiquem a presença do Estado.
A natureza não suporta o vazio e na ausência de atuação do Estado os crimes acontecem certos de que ficarão imunes, como tem acontecido.
Um estado forte precisa de Instituições fortes.
As Forças de segurança Nacional terão pouco sucesso em suas ações se não forem respaldadas em instituições jurídicas e de segurança fortes, mas também em políticas sociais e em implantação de infraestrutura que levem em conta as economias locais de seringalistas, indígenas, populações ribeirinhas e quilombolas.
É preciso considerar essas economias como de sustentabilidade da floresta e não como arcaicas e defasadas, se contrapondo ao agronegócio.
Para acabar com a violência no campo, é preciso fornecer subsídios para que essas economias se organizem e se desenvolvam, porque são elas que vão preservar o equilíbrio do meio ambiente e o homem seguro em sua terra.
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